domingo, 3 de agosto de 2014

Despedida

Sai, não diz aonde,
segue o horizonte,
parte meu coração

esquece meu nome,
devolvo teu sobrenome,
enterro o nosso caixão










A metáfora da areia

Nada explica tão bem a difícil arte de se relacionar quanto a metáfora da areia.
Experimente pegar um pouco de areia e fechar a mão com força. Quanto mais forte você apertar a areia em suas mãos, com mais velocidade ela escapará por entre seus dedos.
Agora, experimente abrir completamente a mão. Provavelmente o vento limpará completamente a areia que você estiver segurando. Entretanto, tente deixar a mão semiaberta, como se fosse uma colher; bastante fechada para protegê-la e bastante aberta para lhe dar liberdade. A areia permanecerá.
Arrisco dizer que é assim que se faz durar um amor.
O amor não sufoca, não reprime, não intimida. O amor deixa o caminho livre. Livre o suficiente para dar leveza à vida e beleza ao relacionamento, mas não livre a ponto de outro vento levar a sua areia.
O vento não é traiçoeiro; apenas livra você de algo que você já não se importa mais.
Afinal, se a mão está aberta o suficiente para deixar o vento agir, deve estar aberta o suficiente para levantar e dizer adeus.